O Cotidiano e a História – Agnes Heller
O livro de estudos do FOPPE no ano de 2019 é “O Cotidiano e a História”, de Agnes Heller. A obra é dividida nos seguintes sete capítulos:
- Notas sobre Agnes Heller (Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder)
- Valor e História
- Estrutura da Vida Cotidiana
- Sobre os Preconceitos
- Indivíduo e Comunidade: uma Contraposição Real ou Aparente?
- Sobre os Papéis Sociais
- O Lugar da Ética no Marxismo
A 11º edição da obra (2016) aponta que Agnes Heller é, talvez, a principal representante da Escola de Budapeste, conhecida pela sistemática oposição de pensar dirigida tanto contra o historicismo subjetivista quanto às versões “estruturalistas” da filosofia da práxis, considerando estas últimas como uma epistemologia formalista e anti-histórica. Para que se desenvolva uma inteligência crítica do nosso tempo, é preciso o conhecimento em extensão e em profundidade de todas as ideias que o formam e que por ele são informadas, dando-lhe o que poderíamos chamar de seu perfil cultural. Sem isso não entenderemos os pensamentos e as emoções de humanidade que nos envolvem e definem.
Agnes Heller nasceu em Budapeste, em 1929. Estudou filosofia na Universidade Eötvös Loránd, nessa mesma cidade; foi aluna de Georg Lukács, de quem posteriormente se tornou assistente, seguidora e colaboradora. Um dos principais problemas abordados por Heller em sua atividade intelectual é aquele das relações entre a ética e a vida social. Em 1956, veio a público seu primeiro livro, A Ética de Tchernichévski, consagrado à análise da problemática do “egoísmo racional” na obra do importante pensador democrata e revolucionário russo do século XIX. Vinculados à mesma temática, ou seja, à relação entre ética e sociedade, são os livros que publicou em seguida: A dissolução dos padrões morais (em 1957) e A sociologia da moralidade ou a moral da sociologia (em 1963). Em 1966, foi editado – sempre em língua húngara – o estudo Papel social e preconceito, cujos temas são retomados em dois dos ensaios contidos na presente coletânea – seu primeiro livro em português -, traduzida da versão original alemã de 1970. Agnes Heller – juntamente com Ferenc Fehér, György Márkus e Mihály Vajda – integra a chamada Escola de Budapeste, formada pelos discípulos mais próximos de Georg Lukács (Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder).
Referência da Obra:
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 11º ed. São Paulo / Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.